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Desafios

Quais os principais desafios encontrados pelos Jovens-Potência?

São desafios estruturais que os afetam negativamente ao longo de suas vidas, dificultando a construção de projetos de futuro com melhores perspectivas.

GOYN SP Desafios

Mapeamos os principais desafios e os organizamos em 4 sessões:

Racismo
Estrutural

Evasão
Escolar

Crise
Laboral

Lacuna
Digital

GOYN SP Desafios

Racismo estrutural

O racismo estrutural reduz o acesso de jovens negras e negros a oportunidades.

Contato constante com situações e reproduções de violência afeta a construção da identidade de pessoas negras. Causa sentimentos como inferioridade, baixa autoestima, não pertencimento e autocobrança.

Além disso, a baixa representatividade em cargos de liderança traz uma falsa percepção de que jovens negras e negros não são capazes de atingir a posição almejada.

Mundo da escola Mundo do trabalho Diversidade Questões de gênero
Mundo da escola Mundo
da escola

Os jovens negros têm menos escolaridade que os jovens brancos.

34,3% dos jovens negros entre 18 e 20 anos e 44,1% das jovens negras completam o Ensino Médio em São Paulo. Em comparação, 62,6% das mulheres e 53,7% dos homens brancos completam o Ensino Médio.1

Munda do trabalho Mundo
do trabalho

Das 500 maiores empresas do Brasil, apenas 35% afirmaram diversificar as formas de anunciar as vagas para atingir públicos que são usualmente discriminados no mercado de trabalho.2

Diversidade Diversidade

As empresas brasileiras têm baixa diversidade racial nos postos de liderança.

Apenas 4,7% dos executivos das empresas brasileiras são negros. Já nos cargos funcionais, 35,7% dos funcionários são negros.2

Questões de gênero Questões
de gênero

As mulheres negras, em particular, são as mais excluídas produtivamente. Estudam menos tempo, participam menos do mercado de trabalho e têm rendimento médio 3,3 vezes menor que o de homens brancos.3

" Sinto que eu tenho que estudar o dobro que uma menina branca.

Jovem Potência, 2020

" Quando olho e não vejo alguém como eu, eu penso que estou fadado a não conseguir esse cargo.

Jovem Potência, 2020

Veja impacto no cenário atual

Caso Magazine Luiza: em nota pública, MPF defende que ações afirmativas como a do grupo empresarial são constitucionais e devem ser replicadas

Caso Magazine Luiza: em nota pública, MPF defende que ações afirmativas como a do grupo empresarial são constitucionais e devem ser replicadas

Documento é assinado pelo procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, e pelo procurador da República Marco Antonio Delfino

Fontes 1. Estimativas para o ano de 2019 dos dados oficiais capturados pela PNAD do IBGE; 2. Publicação "Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas" do Instituto Ethos; 3. Número estimado para o ano de 2019 a partir da PNAD do IBGE, observatório do trabalho e “Retratos de Desigualdade de Gênero e Raça” do IPEA de 2015.

Evasão escolar

A evasão escolar em São Paulo é alta e a pandemia agravou esse problema entre os Jovens-Potência.

Além dos problemas de ordem econômica, que dificultam a permanência do jovem na escola, o modelo de ensino atual pode parecer pouco dinâmico e desconectado do que é exigido pelo mercado de trabalho.

Ao longo de sua vida escolar, é possível que os jovens não cheguem a adquirir competências que os tornarão trabalhadores competitivos. É provável, também, que não tenham contato com informações a respeito de como encaixar suas ambições pessoais ao ambiente profissional do futuro.

Escolaridade Pandemia Capitalização Ensino técnico profissionalizante
Escolaridade Escolaridade

Dentre os jovens de 15 a 29 anos da cidade de São Paulo, 26% não possuem instrução ou não completaram o ensino fundamental, 24% saíram antes de completar o ensino médio e apenas 13% completou o ensino superior. Os moradores das regiões Leste 2 e Sul 2 são os que menos completam a educação formal. Menos de 35% completou o ensino fundamental e apenas 4% completaram o ensino superior.1

Pandemia Pandemia

52% dos jovens entre 15 e 29 anos perdem o interesse pelos estudos e correm o risco de não conseguir seu espaço no mercado de trabalho.2

A COVID-19 está agravando esta situação: 28% dos jovens do Brasil não pensam em voltar ao estudo quando a situação se normalizar.3

Capitalização Capitalização

Para muitos jovens, a única maneira de acessar o ensino superior é passar por uma etapa de capitalização.

Muitos costumam cumprir jornadas de mais de 40 horas semanais em empregos que, muitas vezes, não trazem satisfação.

26% dos motivos para evasão escolar são de ordem econômica.4

Ensino técnico e profissionalizante Ensino técnico e
profissionalizante

Muitas vezes, o ensino superior pode não parecer a melhor forma de continuação dos estudos: 56% dos alunos que começam o ensino superior não o concluem.5

Ensinos técnicos e profissionalizantes aparecem como uma opção muitas vezes mais viável, sendo mais rápidos e acessíveis: 80% dos jovens entre 14 e 18 anos, estudantes do ensino técnico, vêm de famílias com renda de até 5 salários-mínimos.6

No entanto, apenas 8% dos jovens brasileiros são formados no ensino técnico.
Nos países desenvolvidos, a taxa é muito maior: no Reino Unido 63% dos jovens possuem ensino técnico; na Finlândia e na Alemanha essa taxa é de 55% e 45%, respectivamente.7

O valor da educação

Um trabalhador com ensino médio ganha 50% a mais que um trabalhador que completou apenas o fundamental.8

Cada ano completado na escola aumenta em 3,4% as chances de inclusão produtiva no mercado de trabalho e em 15% a remuneração.8

70% dos formados em escolas de ensino técnico no Estado de São Paulo conseguem emprego em menos de um ano de formação.9

" Os gaps da formação são uma barreira para o jovem ingressar no mercado de trabalho, mas também para progredir na carreira.”

Stakeholder, 2020

" A educação no Brasil poderia ser melhor, poderia facilitar mais para as pessoas; porque quando você tem um acesso melhor à educação, você muda completamente quem você é.”

Jovem Potência, 2020

Veja impacto no cenário atual

Custo social de evasão escolar é maior que o financeiro, diz membro do CNE-MEC

Custo social de evasão escolar é maior que o financeiro, diz membro do CNE-MEC

Mozart Ramos, membro do Conselho Nacional de Educação, ressaltou que o estado deve agir para manter jovens nas escolas

Fontes 1. Números estimados para o ano de 2019 a partir dos dados oficiais capturados pela PNAD do IBGE; 2. O Globo "Metade dos jovens corre o risco de não se inserir no mercado de trabalho, 2020; 3. pesquisa ”Juventudes e a pandemia do Coronavírus” do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), 2020; 4. Agenda Juventude Brasil da Secretaria Nacional de Juventude, 2013 e Competências e emprego do Grupo Banco Mundial, 2018; 5. Censo da Educação Superior do Inep, 2018; 6. Folha de São Paulo, "Em alta, ensino técnico não dá conta da demanda de alunos", 2020; 7. Gazeta do Povo, infográfico "Ensino técnico no Brasil", 2019; 8. pesquisa "Você no Mercado de Trabalho" da FGV, 2008 e baseado em dados da PNAD do IBGE de 2007; 9. Folha de São Paulo, "Em alta, ensino técnico não dá conta da demanda de alunos", 2020.

Crise laboral

Muitos jovens têm dificuldade ou não conseguem entrar no mercado de trabalho.

Os jovens são os primeiros a perderem emprego e renda, e também os que mais têm dificuldade em encontrar novas oportunidades, seguindo desempregados ou na informalidade por mais tempo.

Consequentemente, uma taxa mais elevada de trabalho informal entre jovens pode ocasionar remuneração inferior quando adultos.

Desemprego Pandemia MEIs Automatização
Desempregado Desemprego

Em 2015, a taxa de desemprego dos jovens brasileiros foi 2,5 vezes maior que a taxa da população geral.1

Essa diferença tem persistido nos últimos anos: o desemprego está aumentando proporcionalmente mais entre os jovens brasileiros de 18 a 24 anos, chegando a 29,7% no segundo trimestre de 2020.2

Pandemia Pandemia

Durante a pandemia, 80% das famílias nas favelas de todo o Brasil passaram a sobreviver com menos da metade da renda que costumavam ter.3

Os jovens foram os que mais perderam renda: uma redução de 26% em comparação à média da população geral, de 20,1%.4

Neste mesmo período, empresas suspenderam 52% dos contratos de jovens aprendizes.5

MEIs MEIs

Em 2019, São Paulo possuía mais de 700 mil MEIs registrados:

168 mil destes Microempreendedores Individuais têm menos de 30 anos.

Destes, 40% têm idade entre 18 e 24 anos.6

Automatização Automatização

62,4% das vagas de primeiro emprego são para atendente de telemarketing. Essa é a profissão com maior risco de ser automatizada na próxima década.6

No geral, 39% das profissões citadas por jovens correm o risco de serem automatizadas, segundo pesquisa feita pelo PISA em 2018.7

Em 2019, 5 de 8 profissões com maior oferta de vagas estão relacionadas ao mercado digital.6

" Na periferia tem mercado, loja de roupa e de eletrodoméstico, mas por que a gente tem que ser vendedor? Estoquista? Quero ser produtor, mas por que não consigo fazer isso na periferia?"

Jovem Potência, 2020

Veja impacto no cenário atual

Jovens desempregados correm risco de carregar 'cicatrizes' permanentes da pandemia, diz OIT

Jovens desempregados correm risco de carregar "cicatrizes" permanentes da pandemia, diz OIT

Pesquisa mostra que uma em cada seis pessoas com menos de 24 anos pararam de trabalhar durante a pandemia

Fontes 1. O Globo, "Metade dos jovens corre risco de não se inserir no mercado de trabalho", 2018; 2. Poder 360, "Desemprego de jovens fica em 29,7% no 2º trimestre", 2020; 3. Instituto Data Favela, 2020; 4. pesquisa "Efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro” do FGV Social, 2020; 5. O Globo, "Metade dos jovens corre risco de não se inserir no mercado de trabalho", 2018; 6. Números estimados a partir de dados disponíveis no Portal do Empreendedor e Observatório do Trabalho de São Paulo; 7. relatório "Emprego dos Sonhos?" da OCDE, 2020.

Lacuna digital

A exclusão digital está diretamente relacionada à desigualdade social.

O acesso à internet e incorporação das tecnologias ocorrem de forma desigual e de maneira mais expressiva nas regiões com maior poder econômico.

Dessa forma, a desigualdade digital se reflete em áreas periféricas com as menores taxas de conectividade e infraestrutura.

Não usuários Conectividade Falta de acesso Infraestrutura
Não usuários Não usuários

Ermelino Matarazzo e São Mateus (Leste 2) apresentaram as menores incidências de usuários. Menos de 60% de suas populações eram usuários de internet em 2017.1

Conectividade Conectividade

42% dos domicílios - 825 mil moradias - em situação de alta vulnerabilidade na Grande São Paulo não possuem banda larga fixa, restando apenas o acesso móvel, muitas vezes instável.2

Falta de acesso Falta de acesso

26% da população da região Metropolitana de São Paulo acessa a internet apenas via celular, enquanto 9% dos estudantes em São Paulo não possuem acesso à internet.3

Infraestrutura Infraestrutura

39% dos alunos das escolas públicas não possuem tablets, notebooks ou computador.3

" Querem que o adolescente faça aula de EaD [Educação a Distância] sem ele nunca nem ter tido um computador. Essa geração sabe mexer em celular e em redes sociais, mas não pra coisas que são ‘úteis’ pra vida.

Jovem Potência, 2020

" Se as tecnologias contribuem para a superação de algumas barreiras de mobilidade – como a possibilidade de se trabalhar e/ou estudar remotamente, reduzindo custos de deslocamento – essas oportunidades são vividas de maneira muito desigual na cidade e reforçam, em outro sentido, padrões de exclusão pré-existentes.

Retirado do estudo “Desigualdades digitais no espaço urbano” realizado pelo NIC.br, 2020

Veja impacto no cenário atual

Professores relatam falta de alunos, internet lenta e confusão com aulas a distância

Professores relatam falta de alunos, internet lenta e confusão com aulas a distância

Nas periferias da capital, docentes da rede pública relatam dificuldades nas primeiras semanas e problemas para estudantes acessarem atividades

Fontes 1. Dados retirados do estudo “Desigualdades digitais no espaço urbano” realizado pelo NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), 2019; 2. pesquisa TIC Domicílios, 2018; 3. Dados retirados da PNAD para o Estado de São Paulo, 2017.